Trending

A influência da gastronomia na coquetelaria

Postado em

A influência da gastronomia na coquetelaria
Alex Mesquita Alex Mesquita

Leia em 5 min

Verdade seja dita: no começo, não imaginávamos que um dia poderíamos aprender através dos grandes cozinheiros e da herança culinária com suas técnicas e suas bases.

Quando falamos da gastronomia e os registros, as técnicas e as pesquisas dos chefs que a influenciaram ao longo dos séculos, desenvolvemos ferramentas para aprimorar, e porque não dizer, transformar o ato de comer e cozinhar em um estudo.

Nos coquetéis passamos por isso diretamente, porém, as redes de ensino não impulsionam os bartenders a desenvolverem menus mais criativos como os grandes cozinheiros desenvolvem seus pratos. E por que isso acontece?

O estudo culinário é tão importante nos dias de hoje quanto o estudo de coquetéis, e o bartender que não tiver conhecimento básico sobre gastronomia pode ficar para trás.

Mas o que pode diferenciar profissionais pensantes de reprodutores de receitas da internet, programas de televisão, revistas e livros dos mais variados tipos? 


A leitura nos leva ao aperfeiçoamento de técnicas, conhecimento dos ingredientes e abre uma porta enorme para um mundo ainda a ser desvendado e praticado.

Assim como na coquetelaria, que infelizmente ainda não tem no Brasil uma faculdade de coquetéis com certificados que poderiam ser facilmente reconhecidos no mundo todo, e grades de ensino contemplem pelo menos dois idiomas, somos obrigados a pesquisar por grandes legados da gastronomia ao redor do mundo e, com isso, buscar ainda mais inspiração, disciplina e, acima de tudo, planejamento de carreira pelo qual praticamente todo profissional de cozinha deve ter. 

Na última década, a coquetelaria cresceu muito no Brasil e uma nova geração de bartenders mais conscientes e mais capacitados começaram a desbancar no cenário brasileiro.

Também visando esse “crescimento” da coquetelaria no país, muitas marcas de bebidas começaram a criar campeonatos para destacar os melhores profissionais e, com isso, impulsionar suas marcas no maior número de estabelecimentos possíveis.

Esse pré-requisito, que hoje é fundamental para que a coquetelaria no nosso mercado possa se destacar ainda mais, é de responsabilidade única e exclusiva dos bartenders. Bom se fosse impulsionado pela indústria de bebidas e suas marcas, mas infelizmente ainda estamos longe de um programa de capacitação assim.

Por esse motivo, surgiu a necessidade do bartender se expandir criativamente e, com as ferramentas hoje disponíveis pela internet, é possível que qualquer bartender no seu estabelecimento de trabalho pense fora da caixa para apresentar um “storytelling” mais envolvente, que não seja apenas um monte de bebidas dentro de um copo ou uma taça.

Quando a gastronomia molecular chegou no Brasil, muita gente se espantou, pois o formato de técnicas aplicadas era quase impossível de acreditar. Tudo isso foi esclarecido por dois gênios curiosos. 

Um se chamava Hervé This, um dos maiores químicos de alimentos, e o outro era o físico húngaro Nicholas Kurti, que desenvolviam paralelamente suas pesquisas sobre alimentos e seus fatores químicos, e que no futuro (que estamos vivendo hoje) mudaria definitivamente o rumo da história. 

Com as suas pesquisas e os avanços culinários, a gastronomia foi acompanhando, mesmo que em passos largos, essa mudança que chegava no Brasil também nos anos 2000, mas ainda era algo do qual não se tinha muita informação. Mas, existia um manual escrito bem definido e, com isso, a lentidão nesse processo fez com que a coquetelaria molecular demorasse a ser desenvolvida.

Para definirmos melhor a coquetelaria molecular, se trata de uma análise química, física e científica de insumos, ingredientes, comidas e bebidas no contexto de “interação” dessas misturas.

Alguns anos depois, a coquetelaria passou a ter mais destaque. De 2010 em diante, tivemos uma mudança positiva no comportamento dos bartenders e na maneira de pensar e de vender essas ideias.

Aliás, hoje os menus de drinques estão mais sofisticados, comunicam melhor o que querem passar e, com toda essa influência culinária, o mercado de drinques conquistou definitivamente sua importância. 


Com o passar das décadas, através do legado da culinária e o trabalho de vários chefs consagrados mundialmente, tivemos um destaque no nosso mercado por sermos um país com inúmeros biomas e uma diversificação de clima, ingredientes e natureza sem igual.

Aos poucos e cada vez mais vamos percebendo essa inclusão de técnicas, conceitos e heranças culinárias sendo colocadas nos menus em forma de drinks bem elaborados, explorando de maneira mais inteligente a ciência e apresentando aos clientes um novo formato de bebidas que geram experiências inesquecíveis.

Estamos vivendo o melhor momento da coquetelaria no país e isso se deve ao esforço de inúmeros profissionais da área dos bares no nosso mercado, que contribuem para que o cenário de coquetéis esteja à altura de qualquer grande mercado ao redor do mundo. Tudo isso impulsionado pelos grandes chefs e os seus legados que sempre serão uma enorme fonte de inspiração para todos nós.

Nossa missão é atender bem, oferecer uma experiência inesquecível para todos os nossos clientes e, com isso, o mercado ganha mais qualidade no atendimento.

Espero que tenham gostado dessa matéria. Beba menos, beba melhor! E lembre-se de não compartilhar bebidas alcoólicas com menores de 18 anos.


Leia mais publicações

NEWSLETTER ARAMIS WAY

Fique por dentro das nossas novidades!

banner-img-footer
SmartPhone

Baixe nosso app e tenha descontos incríveis

PlayStore AppleStore