Espresso Martini: a história do drink feito com café

Antes de mais nada, é importante dizer que a origem dos cocktails é bastante remota.

Na idade média, por exemplo, já se misturavam sucos de frutas aos destilados, pois estes eram muito fortes, com graduação alcoólica altíssima.

E, na antiga Grécia, misturava-se ao vinho, água do mar, mel de abelhas ou mesmo, vinagres, para dissolver e manter a frescor das misturas.

Com o passar dos séculos, tudo foi evoluindo e as misturas foram ficando cada vez mais elaboradas.

Com isso, muitos estudiosos no assunto, acreditam que, o amadurecimento da habilidade em se preparar um drink e suas inúmeras manipulações, vieram da Inglaterra em meados do século XIX, depois se popularizou por toda a Europa.

Por outro lado, pesquisadores apontam que foram os americanos que realmente popularizaram e consagraram o cocktail, a partir da década de 20 do século passado, em plena lei seca nos EUA, período onde não se podia consumir e produzir álcool de maneira nenhuma. 

Nessa época, as bebidas eram ilegalmente produzidas, fortes e sem o menor controle sanitário.

Inúmeros coquetéis são populares no mundo todo, mas alguns se destacaram e alcançaram o apogeu como por exemplo: Dry Martini, Margarita, Manhattan entre muitos outros que também apareceram nos grandes filmes de Hollywood.

E, já que passamos pela Europa anteriormente, vale destacar aqui um grande nome da coquetelaria global, Dick Bradsell (em memória), que criou uma receita que está se tornando muito conhecida no Brasil, mas que no mundo dos bares já é super requisitada.

Estamos falando do clássico londrino, Espresso Martini. Esse coquetel vem ganhando muita popularidade e, aqui no Brasil, começa a ser mais apreciado. Quantas vezes você provou um coquetel com café expresso?

Sabemos que o café é um grande estimulante do apetite e cai bem em qualquer ocasião. Na coquetelaria não é muito comum a presença do café expresso nos menus de bebidas.

Porém, essa receita foi criada nos anos 80 e valoriza um ingrediente que até então não era incluído na coquetelaria: foi preciso sair da caixinha para criá-lo.

Dick Bradsell, bartender experiente na época, trabalhava na Soho Brasserie, em Londres, e soltou sua imaginação e os ingredientes mais próximos que ele tinha ali, para atender ao pedido de uma cliente muito especial.

Acredita-se que uma modelo famosa da época, sentou no seu balcão e pediu algo que “acordasse”, que desce um “up”. Como Dick tinha na sua estação de trabalho uma máquina de café, não pensou duas vezes para extrair um belo café expresso e dar asas à sua imaginação.

Dick tinha larga experiência em destilados, e acabou misturando vodka que na época estava no “boom” dos bares londrinos, licor de café para potencializar a mistura e xarope simples de açúcar.

Um equilíbrio perfeito de sabores. Tudo isso dosado perfeitamente bem. E, já que a receita leva “Martini” no nome, ela precisa basicamente de vermute, seja ele rosso, dry, rosato e até mesmo bianco.

Categorias de vermutes que aparecem com muita frequência nos menus de drinks em geral e em qualquer proporção.

Além disso, o Martini é um cocktail, em que a proporção de álcool base precisa ser superior à dos agentes modificadores, tais como: licores, bitters e outros. O Espresso Martini, não leva vermute e tampouco atende à proporção alcoólica necessária a um Martini.

Essa receita já fazia parte da era moderna da coquetelaria que, a partir do final dos anos 90, começava a aparecer mesmo que de maneira modesta nos bares pelos EUA e pela Ásia, por exemplo.

Não posso deixar de mencionar que Londres tem muitos bares icônicos e sempre esteve no epicentro da coquetelaria global, como referência em tendência e estilo.

E voltando a falar do Expresso Martini, imagino que você já saiba a resposta sobre o porquê desse drink receber este nome: exatamente por causa do status da taça em que começou a ser servido na década de 90.

Essa receita precisa ser servida em uma taça Martini devidamente gelada e, caso você possa deixá-la já no seu freezer, melhor ainda. Seus amigos e convidados agradecem. Aliás, é sempre bom uma bebida bem gelada disponível, não é verdade?

Assim como uma boa receita, requer uma história por trás, vale lembrar que todos somos impulsionados por uma boa história, algo que naquele momento faz sentido com o que estamos bebendo e brindando.

Inúmeras receitas de coquetéis passam de gerações e gerações e até hoje fascinam o público. Por isso, vou deixar essa para vocês.

Espresso Martini

Ingredientes

• 50 ml vodka Absolut 
• 20 ml licor de café Kahlúa
• 20 ml de café expresso (quente e fresco)
• 10 ml xarope simples (1:1)

Modo de preparo

Adicione todos os ingredientes em uma coqueteleira com bastante gelo, bata por 5 segundos a mistura e coe com a ajuda de uma peneira para uma taça Martini (aquela que você já deixou no seu congelador ou na sua geladeira).

Para decorar, adicione sobre a espuma que se formará (devido ao café expresso), três grãos de café no centro da taça, formando um trevo da sorte.

Saúde. Espero que goste!

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