África paulistana: 5 restaurantes imperdíves de culinária africana

Novembro é o mês dedicado à Consciência Negra no Brasil. Neste último 20 de novembro, completou 327 anos em que Zumbi dos Palmares foi traído e morto, onde hoje fica o Estado de Alagoas.

O guerreiro negro que representa a luta por equidade racial e liberdade, me inspirou a pensar um circuito de comidas que representem a cultura e culinária do continente africano e suas influências na mesa brasileira, como iguarias típicas da culinária baiana.

A cidade de São Paulo aos poucos vai dando espaço para chefs e restaurantes com influência angolana, congolesa, camaronesa, entre outros.

Ingredientes tão comuns para o brasileiro como o amendoim, o azeite de dendê, o quiabo e feijões de vários tipos, foram introduzidos e popularizados no Brasil através do povo negro.

A forma como nos alimentamos, como arrumamos a mesa, tem muito mais a ver com a influência africana do que a europeia. Isso se deve ao fato de que eram os negros que comandavam as cozinhas, enquanto escravizados.

Por isso, o tempero a que estamos acostumados, meu amigo, é africano. Dar valor a esta culinária é, também, uma forma de resgatar nossas raízes e valorizar a cultura negra. 

Aproveitem essas dicas preciosas.

BIYOU’Z GASTRONOMIA AFRICANA

Vamos viajar até Camarões, na costa oeste africana, de onde vieram muitos dos negros que foram escravizados no Brasil.

O Biyou’z, criado pela chef Melanito Biyuoha oferece pratos do seu país de origem, Camarões, mas de outros países do continente africano também. Você pode transitar entre pratos com peixe, carne bovina, frango e vegetarianos.

A escolha é sua e te garanto que será difícil. Recomendo o Fumbua – Pasta de amendoim torrado com azeite de dendê, camarão moído e fumbua (folha seca típica da África), mandioca e galinha.

Funciona em dois endereços:
Biyuou’z República: Alameda Barão de Limeira, 19 – Terça a Domingo: 12h às 00h
Biyou’z Consolação: Rua Fernando de Albuquerque, 95 – Segunda a Domingo: 12h às 00h

CONGOLINÁRIA

O Congolinária é disputadíssimo. Bom preço, ótima comida, com uma experiência muito interessante, por conta do rodízio (que é vegano), o que permite experimentar uma variedade de pratos inspirados na República do Congo.

O chef Pitchou Luambo, que é uma simpatia, assina o cardápio. Nhoque de shimeji, moqueca de banana da terra são algumas das iguarias da casa. 

Ah, também funciona em dois endereços, de terça à domingo das 11h às 22h:
Congolinária ZO: Avenida Professor Alfonso Bovero, 382 – próximo ao metrô Sumaré
Congolinária ZL: Rua Caquito, 251 – próximo ao Mercado Municipal Penha

CONSULADO DA BAHIA

O Consulado da Bahia é o estado da arte da culinária afro-brasileira. O restaurante simples que fica em Pinheiros traz o melhor da comida baiana, feita como em Salvador (a cidade com maior número de afrodescendentes, fora do continente africano). 

Moquecas, acarajé, carne de sol, cocada e carne seca na moranga, me fazem sentir em casa. Não sou baiano, mas fui criado na casa dos meus avós, Chica Xavier e Clementino Kelé, dois dos maiores atores que este país já produziu.

Soteropolitanos, chegaram ao Rio de Janeiro na década de 1950, mas nunca abandonaram suas raízes. Cresci apreciando estes pratos. São sabores comuns ao meu paladar. Por isso, tenho carinho tão grande por este restaurante.

Endereço:
Rua dos Pinheiros, 534 – Pinheiros
Terça a sábado – 12h às 00h
Domingo – 12h às 22h

MAMA AFRICA LA BONNE BOUFFE

Ponto de encontro de diversos imigrantes africanos, o Mama Africa La Bonne Bouffe é um restaurante camaronês que também oferece drinks típicos.

Liderado pelo chef Sam, que costuma atender (quando pode) os clientes na mesa, este restaurante serve alguns dos meus pratos preferidos, como o Egussi: um frango ao molho de semente de abóbora acompanhado de fufu.

Endereço:
Rua Cantagalo, 230 – Tatuapé
Funciona de terça à sexta – 12h às 22h, sábado – 12h às 22h30 e domingo – 12h às 16h

CASA DE IEDA

Esta é uma preciosidade que vou deixar de presente para vocês.

A Casa de Ieda funciona em apenas dois dias: sábado e domingo. É pequeno, concorrido e faz jus à fama. A comida autoral da chef Ieda de Matos (jurada do Iron Chef da Netflix) traz o melhor da Chapada Diamantina, na Bahia. 

Conheci este lugar em um jantar especial dedicado ao orixá Omolu. Sim, eles promovem jantares exclusivos com pratos inspirados nos orixás do panteão africano, como Iemanjá e próprio Omolu.

Vocês conhecerão o Zé da Ieda, marido da chef, que recepciona todos com muita simpatia e conhecimento sobre tudo que está sendo servido, pois tudo ali tem um propósito. É uma grande experiência. 

Endereço:
Rua Ferreira de Araújo, 841 – Pinheiros
Funciona sábado – 12h às 16h e domingo – 13h às 17h

Gostou dessas dicas de restaurantes africanos em São Paulo? Caso conheça mais algum e queira compartilhar com a gente, acesse Aramis Community e deixe a sua recomendação.

Nos vemos na próxima!