Praia do Rosa: o que fazer nesse paraíso em Santa Catarina

A não mais do que 100 quilômetros entre Florianópolis e Laguna, no Sul do país, concentram-se algumas das melhores praias do Brasil. Entre elas, a Praia do Rosa.

Desde os anos 70, surfistas de todo o país descobriram as ondas incríveis que quebram em lugares como a Praia do Rosa, Guarda do Embaú, Praia da Ferrugem, Imbituba e Farol de Santa Marta, além, é claro, da cidade capital do estado.

Dos anos 90 em diante, o segredo das belezas dessas praias deixou de ficar entre moradores locais, surfistas e gaúchos.

Hoje, cariocas, paulistas e gente de todo o Brasil seguem para essa região privilegiada, especialmente entre dezembro e fevereiro.

Na primeira vez que fui visitar Santa Catarina, em 1991, eu tinha apenas 16 anos. Viajamos do Rio a Florianópolis em uma Brasília – era impossível fazer de uma vez só, sem dormir em algum canto na estrada.

Eram ao todo quatro surfistas no carro atravessando a Régis Bittencourt (na época conhecida como Rodovia da Morte, porque ainda não havia sido duplicada) em busca de liberdade e algumas das melhores ondas do Brasil.

Era uma época em que, no Rio pelo menos, quase ninguém havia ouvido falar de Garopaba. Também não existia celular e não utilizávamos cartão de crédito.

Para alugar a casa, era preciso chegar até o lugar. Nada acontecia com antecipação. Naquela época, ninguém nem sonhava com a existência do Airbnb.

Ao chegar na cidade, ficávamos atentos às placas das residências nas ruas, batíamos de porta em porta, visitando cada uma para ver se estava de acordo com o que queríamos e podíamos pagar.

Outra dificuldade era saber a previsão das ondas: o jeito era acordar cedo e ir para as praias conferir in loco.

Por meio dos aplicativos, hoje já conseguimos ter ideia de como vai estar o mar de acordo com o vento, a maré e a ondulação.

Mas, naquela época, percorríamos até 70 quilômetros no mesmo dia, atrás das melhores condições. E, foi assim que conhecemos muitos lugares que, anos depois, se tornaram icônicos no Brasil.

Lembro disso porque, depois de 31 anos, voltei recentemente à Praia do Rosa. O período que escolhi estava completamente fora da temporada, então as impressões que vou registrar aqui se aplicam se você visitar em dias de semana, fora da temporada, datas comemorativas e feriados.

Continuam ali aquele clima de fazenda e praia típicos de Santa Catarina. É comum, toda vez que revisito cidades brasileiras, ter uma certa decepção. E isso não aconteceu com a Praia do Rosa. Pelo contrário!

Encontrei bons hotéis, restaurantes, casas com uma arquitetura linda para alugar e uma praia muito preservada. A maior diferença foi a quantidade de gente surfando.

Mesmo em uma segunda-feira qualquer de novembro, havia muita gente disputando a mesma onda. Apesar da quantidade, o clima era amigável dentro d’água.

A seguir, listo alguns lugares que vale a pena visitar, caso queira conhecer esse lugar tão especial do litoral catarinense.

Barra da Ferrugem: a melhor surpresa da viagem. Encontrei ali Clarissa Schneider, amiga que dirigiu por muitos anos a Casa Vogue no Brasil. E, logo entendi o que ela fazia lá: o bairro com estradas ainda de barro, concentra casas de muito bom gosto.

O comércio não chegou ali e nota-se uma associação de moradores atuante para que a atmosfera bucólica (me lembrou muito a uruguaia José Ignácio) nunca se perca. Se houvesse conhecido antes, teria certamente me hospedado na Barra da Ferrugem.

No bairro, tem a praia de mesmo nome, que é uma continuação da Ferrugem, porém a entrada de carro é próxima à entrada da Praia do Rosa.

Quinta do Bucanero: o lugar, criado em 1996, tem o selo Roteiro de Charme e, em 2015, foi eleita a melhor pousada do ano pelo Guia 4 Rodas. Ao todo, são 12 apartamentos de frente para o mar, e o acesso à praia é exclusivo para os hóspedes.

Bukit Steak’n Beer: em algum momento você vai acabar sentando ali. É um dos bares mais movimentados e serve bons hambúrgueres com cervejas artesanais. Você mesmo faz os pedidos e retira.

Goen: praia, sol e surfe pedem um bom restaurante japonês. Claro que, para quem mora em São Paulo, é difícil encontrar a mesma qualidade da capital paulista. Mas o Goen se sai muito bem com a ideia de não ser tão ousado. 

Lola Resto Bar: ambiente de bistrô no centrinho da Praia do Rosa. Mas não é um pequeno restaurante francês, como sua fachada pode sugerir. O menu do Lola vai de pizzas à camarão empanado. Nos fins de semana, costuma-se ter música ao vivo.

Tigre Asiático: é um dos poucos restaurantes que abrem todos os dias, mesmo fora da temporada. Seu cardápio traz boas opções de pratos com inspirações japonesas e tailandesas. 

O paraíso existe e fica em Santa Catarina. Se você busca por um destino abrasileirado para passar uns dias, a dica que eu deixo é a Praia do Rosa.

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