Luz, Cor e Espaço: James Turrell, o Mago da Imaterialidade
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Luciano Ribeiro
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James Turrell nasceu em 1943, em Los Angeles, em uma família Quacker. Foi criado sob os preceitos de que a luz interior é a guia principal da vida humana, uma crença que afetou profundamente sua jornada artística.
Os mistérios e efeitos práticos da luz têm sido a espinha dorsal da carreira de Turrell por mais de meio século.
Suas instalações dominaram o panorama da arte contemporânea, fundindo a percepção sensorial e a espiritualidade, transformando espaços ordinários em experiências arrebatadoras, onde a luz e o espaço se tornam a obra de arte em si.
A luz, para Turrell, não serve apenas para iluminar, ela é a própria arte. O americano tem desafiado as fronteiras do que a arte pode ser, criando instalações em larga escala e ambientes controlados onde a luz e a percepção do espectador se fundem em uma simbiose de cor, forma e espaço.
Como uma figura proeminente do movimento Light and Space, Turrell tem sido incansável na criação de trabalhos que exploram além da matéria física, sondando as profundezas da experiência humana.
Sua arte serve como um convite para que o espectador entre em um estado meditativo, levando à introspecção e a uma apreciação mais profunda da realidade. Turrell redefiniu a arte, confrontando as noções tradicionais de observação e participação. Ele conseguiu transformar a luz em uma entidade tangível e pulsante.
Com relação à sua vida pessoal, Turrell é bastante reservado. Casou-se com a artista Kyung-Lim Lee em 1984 e com ela teve um filho, Arlen Sheche Turrell. Atualmente, divide seu tempo entre Maryland, nos EUA, a Irlanda e no Arizona, onde tem a obra Roden Crater ainda em andamento.
Seu trabalho é bem reconhecido no mundo da arte, com várias de suas peças sendo adquiridas por grandes colecionadores. Entre eles estão o rapper Drake, que possui uma obra chamada “Night Life” em sua casa em Toronto, a herdeira do Walmart, Alice Walton, dona de várias obras de Turrell em seu Crystal Bridges Museum of American Art, e o magnata francês da arte, François Pinault.
O legado de James Turrell é um testemunho de como a arte pode ser usada para explorar a percepção humana, a consciência e nosso lugar no universo. As obras de Turrell são muito mais do que objetos físicos; são experiências que desafiam e alteram a percepção do espectador, tornando-se, em muitos aspectos, inestimáveis.
Principais Obras de James Turrell
- Afrum (1966) – Los Angeles County Museum of Art, Los Angeles, EUA: Marcou o início da exploração de Turrell com luz e espaço, projetando a ilusão de um cubo sólido flutuante.
- Milk Run (1996) – Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, Tóquio, Japão: Ilustra a habilidade de Turrell de alterar a percepção do espaço com luz mutante.
- The Light Inside (1999) – Museum of Fine Arts, Houston, Texas, EUA: Desafia a orientação espacial do espectador ao transformar uma passagem subterrânea com iluminação.
- Skyspace, Piz Uter (2005) – Zuoz, Suíça: Parte da série “Skyspace”, proporcionando aos espectadores uma nova perspectiva do céu.
- Bindu Shards (2010) – Foundation Cartier pour l’Art Contemporain, Paris, França: Uma experiência mais pessoal, com espectadores entrando um a um para experimentar um show de luzes psicodélicas.
- Aten Reign (2013) – Guggenheim Museum, Nova Iorque, EUA: Transformou o icônico átrio do Guggenheim em uma imensa cavidade oval preenchida por camadas de luz difusa.
- Breathing Light (2013) – Los Angeles County Museum of Art, Los Angeles, EUA: Cria um espaço inundado de luz colorida em constante mudança.
- Twilight Epiphany (2012) – Universidade Rice, Houston, Texas, EUA: Um “Skyspace” programado para mudar com o nascer e o pôr do sol.
- Stone Sky (2005) – Vineyard, Califórnia, EUA: Combina arte e natureza, com uma piscina que oferece uma visão única do céu.
- Roden Crater (em andamento desde 1977) – Flagstaff, Arizona, EUA: O mais ambicioso projeto de Turrell, transformando uma cratera de um vulcão extinto em um observatório astronômico e uma enorme instalação artística.
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