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Dia: Beacon – Um oásis artístico em Nova York

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Dia: Beacon – Um oásis artístico em Nova York
Luciano Ribeiro Luciano Ribeiro

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Nova York continua com seus museus pulsantes, galerias cheias e uma diversidade cultural que deixa o lugar ainda mais mágico. Do Metropolitan – o mais imperdível museu da cidade – às novas galerias que surgem pelo Chelsea e Brooklyn, as opções são inúmeras. No entanto, um passeio que considero imperdível, pelo menos uma vez na vida, fica a 1h30min de lá: o Dia: Beacon.

Em toda viagem que faço, gosto de fugir dos grandes centros aos domingos, dia em que os principais restaurantes estão fechados, e os parques e museus lotados. A sorte é que o Dia: Beacon abre aos fins de semana, das 10h às 17h (mas você precisa chegar antes das 16h para entrar).

O trajeto até a galeria deve ser feito do trem que parte de Manhattan. De preferência, da Grand Central Station, em Midtown. Inaugurada em 1913 e reformada em 1978, ela tem mais de 60 lojas e 35 restaurantes. Entre essas opções, a que vale a pena é o Oyster Bar, inaugurado no mesmo ano da estação. Lá, encontra-se uma das ostras mais frescas do mundo. Infelizmente, o restaurante não abre aos sábados e domingos.

Enfim, Beacon

Beacon é uma minúscula cidade do condado de Dutchess, Nova York, com menos de 14 mil habitantes. No trajeto até lá, o trem margeia e atravessa o Rio Hudson, mas a paisagem não é nada especial. O passeio começa a ganhar contornos imperdíveis depois que se chega à estação de Beacon. Ela tem aquela graça das pequenas estações e passa a sensação de ser um lugar remoto. É uma verdadeira antítese de Nova York, onde você se encontrava 90 minutos atrás.

Da estação até Dia: Beacon são menos de dez minutos de caminhada. Sobe-se uma suave encosta, tranquila, e caminha-se por calçadas decentes. O improvável museu, uma vertente menos impressionante do nosso Inhotim, em Brumadinho – MG, aparece com sua estrutura moderna de tijolinhos ingleses e sem adereços, mas imponente.

Ao pagar a entrada, você encontra um acervo que só mesmo um espaço a 1h30min de um centro cultural como Nova York é capaz de proporcionar, com direito a obras de alguns dos nomes mais expressivos da arte contemporânea: Andy Warhol, Richard Serra e Louise Bourgeois. 

A escolha da cidade não foi por acaso

As obras estão espalhadas pelos quase 30 mil metros quadrados do local, criado em 2003 numa construção inaugurada em 1929.

A reforma dos galpões de concreto, aço e tijolos custou aos fundadores da Dia: Beacon cerca de $50 milhões. O prédio estava abandonado desde 1991, quando pertencia à International Paper Company, que pedia US$2 milhões pela venda. A equipe da Dia convenceu os donos a doarem o prédio em troca da recuperação total do edifício.

O projeto se concretizou, também, com apoio do governo do Estado de Nova York, que identificou uma chance de transformar a pequena cidade em uma atração turística mundial (o mesmo aconteceu com Bilbao, no país basco espanhol, com seu Guggenheim desenhado por Frank Gehry).

Dezenove anos depois de inaugurada, suas coleções permanentes e temporárias ajudaram a colocar a pequena Beacon no roteiro do mundo das artes. Quase todos os grandes pintores, escultores e artistas que vão para Nova York estendem seu passeio até essa pequena cidade para ver o que está acontecendo ali.

O museu tem intervenções que chegam a ocupar espaços inteiros. Foto: Jennifer S. Musawwir

Em cada andar, uma nova surpresa

A área de exposição é quatro vezes o tamanho do Whitney Museum, em Nova York, e o dobro da Tate Gallery, em Londres. Entre os artistas permanentes, estão Louise Bourgeois, com esculturas expostas no andar de cima do complexo, chamado de “Sótão”. Está ali, por exemplo, a sua famosa escultura Crouching Spider, criada em 1997, feita de aço e com impressionantes 6,5m de altura.

Crouching Spider, de Louise Bourgeois. Impressiona pelo tamanho e pelos detalhes. Foto: Jennifer S. Musawwir

Richard Serra ocupa o andar de baixo do museu com quatro esculturas monumentais, para mim o ponto alto de toda a coleção: Torqued Ellipse II (1996), Double Torqued Ellipse (1997), Torqued Ellipse I (1996), 2000 (2000). Você se pergunta como Serra, nascido em 1939, consegue revirar os metais de maneira que eles pareçam materiais sem qualquer resistência. E, ainda, como podem soar leves mesmo pesando toneladas. São esculturas que dispensam pregos, fundações, amarras ou qualquer tipo de artefato.

Além de Bourgeois e Serra, a exposição permanente do museu conta com Andy Warhol, com Shadow (seu trabalho abstrato de pintura), John Chamberlain, Dan Flavin, Charles Gaines, Imi Knoebel e Michelle Stuart. 

Seu novo destino em Nova York

A visita pode demorar o tempo que sua disposição para arte demandar. A área externa é agradável, especialmente se você não estiver nos dias mais quentes do verão, e a cafeteria abastece os visitantes com sanduíches e cervejas. Somando o deslocamento de ida e volta, acredito que seis horas sejam suficientes. Em sua próxima ida a Nova York, experimente pôr esse passeio no roteiro.

No Aramis Way, eu compartilho um pouco das jornadas que faço pelo mundo. Acompanhe nas redes da Aramis os meus próximos destinos e não perca nenhum detalhe. Quem sabe eu não visito um lugar que você também deseja conhecer?

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