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WGSN + Aramis: O papel dos homens através do tempo

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WGSN + Aramis: O papel dos homens através do tempo

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É curioso perceber que, no começo, lá na era paleolítica, homens e mulheres eram considerados provedores dentro de casa, mas com o passar do tempo, os papéis foram se alterando.

Além disso, por vários períodos da história, usar maquiagem, salto alto e perucas eram considerados símbolos de poder, masculinidade e ascensão. Dá para acreditar? E por que não?

Assista ao primeiro episódio da série WGSN + Aramis

No decorrer da história, alguns movimentos colaboraram para que se fosse construída a imagem de um homem forte, viril, dominador, atraente, que não demonstra emoções e que se afasta do que é feminino.

Para entendermos como os padrões de masculinidades se desenvolveram e nos trouxeram até aqui, vamos viajar no tempo para analisarmos o que se esperava do homem de cada época.

Vamos nessa!

Pré-história | +-10MM de anos

A era paleolítica foi marcada pelo uso do fogo, pinturas e ferramentas de pedra. Homens e mulheres viviam em bandos e eram caçadores e coletores.

Já a era neolítica foi marcada pela escassez da caça e coleta, marcando o início de uma forma nova de obter alimentos: a agricultura.

Nesse período, homens e mulheres eram provedores, em diferentes funções. Era esperado que o homem tivesse força física, fosse resistente, provedor do sustento, além de lutar sempre que necessário. 

Idade antiga | Ano 4000 a.C.

Por volta de 4.000 a.C. surgiu a primeira forma de escrita e as hierarquias sociais têm início como forma de organização. Homens assumem lugares de poder e prestígio.

Estima-se que foi nesse período que o patriarcado surgiu, colocando os homens como seres dominantes, superiores às mulheres e aos demais sujeitos que não se encaixam nos padrões estabelecidos de raça, gênero e orientação sexual.

No Egito, Faraós eram vistos como deuses humanos, mas a relação entre gêneros ainda era equilibrada. Já as civilizações orientais foram marcadas pela a agricultura como base, a escravidão, o culto aos deuses, leis e figuras de poder em povos egípcios, hebreus, mesopotâmicos e persas.

Enquanto isso, as civilizações ocidentais tinham o comércio como base, a ascensão dos combates militares, além da virilidade e o culto ao corpo, o patriarcado e os filósofos nos impérios gregos e romanos.

Nessa época, era esperado que os homens fossem dominadores, fortes e atraentes, que não demonstrassem sentimentos e se distanciassem de tudo que era considerado feminino.

A inteligência e o conhecimento eram pontos fortes, além do homem ser responsável por constituir e desenvolver o núcleo familiar. 

Idade Média | Ano 476 d.C.

A agricultura toma conta e no Feudalismo os donos de terra exercem amplos poderes. Junto a isso, as religiões trazem uma ideia de superioridade dos homens e a imposição de valores a serem seguidos, respeitados e multiplicados.

Além de serem donas de quase dois terços de terras da Europa Ocidental, as igrejas monopolizavam o acesso ao conhecimento, restringindo seu acesso a apenas alguns membros do alto clero.

Focadas em passar uma mensagem sobre o merecimento de um lugar no paraíso, incitava o temor através da crença de que se as pessoas não cumprissem as ordens e não praticassem caridade, teriam um final dolorido além dessa vida. 

Isso tudo baseadas em interpretações que pregam disciplina, obediência e gratidão, e condenam homossexualidade, perversões  sexuais, entre outros valores que criam o padrão do “bom homem”, muitas vezes sustentadas até hoje. 

As práticas homossexuais, antes vistas sem grandes problemas, foram sendo repreendidas ao longo dos séculos e se afastando do que poderia ser aceito no cosmo das masculinidades.

Idade Moderna | Ano 1453 d.C.

As Monarquias Absolutas centralizam o poder em torno de um rei e, enquanto as Grandes Navegações são marcadas pelas descobertas, a escravidão e a evangelização de povos.

No Renascimento, o homem deveria recuperar o tempo perdido e o intelecto ganha mais espaço. Logo após, o Feudalismo começa a dar espaço para o Capitalismo. 

Entre a Idade Média e a Idade Moderna, os homens fortalecem suas posições de superioridade através de leis e instituições, enquanto as religiões expandem influência e passam a moldar comportamentos.

Idade Contemporânea | Ano 1789 d.C.

Com o Capitalismo já se instalando, este momento da história foi marcado pela Revolução Francesa, pela Revolução Industrial e por Guerras Mundiais. 

Novas perspectivas alteram o papel e a expressão do homem na sociedade, que agora deve consumir, ser inteligente, realizador e bom pagador.

A valorização da força

Como forma de expressão e opressão, a força foi trazida como um dos principais atributos de um homem ao longo da história, mas ainda lá atrás, no Renascimento, essa ideia de força atrelada a controle, resistência e agressividade, começou a ser quebrada.

Pensadores como Da Vinci e Rousseau começaram a refletir e pesquisar sobre a importância dos exercícios físicos para o bem-estar, o que trouxe um novo contexto para a palavra.

O impacto da Revolução Francesa

Inspirados pelo pensamento humanista que vinha desde o final da Idade Moderna, a ideia de que o homem era apenas um servo da religião começa a ser questionada. 

Liberdade, igualdade e fraternidade foram os principais lemas da revolução que causou a queda de uma monarquia, o enfraquecimento da Igreja e o fim da aristocracia.

Começa-se a era das invenções, estudos e pesquisas, promovendo um grande avanço nas artes e nas ciências. 

A partir desse momento, o que era esperado dos homens muda: o conhecimento, a atenção aos detalhes e as realizações ganham destaque.

A estética dos homens

Muito mais do que o jeito de se vestir, a moda foi e continua sendo uma forma de expressão das masculinidades e, ao longo dos séculos, os códigos foram sendo alterados entre as civilizações.

Elementos como maquiagem, joias e perucas, já foram formas de expressão do poder masculino e ainda hoje são frequentemente associados ao feminino.

No Egito, por exemplo, os faraós usavam maquiagem nos olhos e essências no corpo, para exibirem o quanto de prestígio tinham. Roupas de linho transparentes demonstravam status, força e saúde. Adornos na cabeça, perucas e joias robustas de ouro, eram usadas de forma imponente, para que os aproximassem dos deuses.

Na Idade Moderna, os nobres das monarquias absolutistas se utilizavam de salto alto, joias cintilantes, maquiagem, roupas de alta costura com tecidos luxuosos e perucas enormes, para demonstrar quão ricos e poderosos eram.

Interessante percebermos os caminhos que construíram as masculinidades que conhecemos até hoje, não é mesmo?

No próximo texto, você vai conhecer um pouco mais sobre o conceito da “caixa dos homens”, criado nos anos 80 pelo escritor americano Paul Kivel, que resume muito do que podemos observar ao longo da história. 

Ah, e salve na agenda! 31 de agosto sai o episódio II de What ‘s Next: O Estudo Sobre Os Homens.

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