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Plástico nos oceanos e na corrente sanguínea: um chamado ao planeta e à vida

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Plástico nos oceanos e na corrente sanguínea: um chamado ao planeta e à vida

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67% do plástico do Brasil pode chegar aos oceanos. Isso significa uma média de 2,3 milhões de toneladas do material todos os anos, segundo relatório da ONU. Além disso, um estudo holandês detectou plástico na corrente sanguínea humana.

É de se espantar, não é mesmo? E é por isso que neste Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) e às vésperas do Dia Mundial do Oceano (08 de junho), trouxemos um alerta que mexe com os mares e que afeta diretamente a saúde de todo o planeta. 

Os dados desse estudo foram apresentados para representantes de países do mundo todo no segundo encontro do Tratado Internacional pelo Fim da Poluição por Plásticos, liderado pela ONU Meio Ambiente, na semana de 29 de maio a 2 de junho, em Paris.

Encomendado pelo Blue Keepers, projeto ligado à Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU no Brasil, o estudo aponta, ainda, que o litoral brasileiro tem quase 600 grandes portas de entrada para a poluição por resíduos plásticos no oceano.

Emergência oceânica: confira os dados do relatório da ONU

“Estamos na Década do Oceano e o chamado para ações para sua proteção nunca foi tão claro e consistente”, disse Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, em entrevista para a Exame

Além de sermos um dos países que mais produzem plástico e menos recicla, cerca de 67% de todo esse material pode chegar ao mar todos os anos. Em números, isso gera uma média de 2,3 milhões de toneladas de plástico, geralmente provenientes de bacias hidrográficas de alto risco.

São cerca de 600 grandes portas de entrada no litoral brasileiro para a poluição por resíduos plásticos no oceano.

Dessas, as que apresentam um estado mais crítico são as dos rios São Francisco, com 230 mil toneladas/ano, Amazonas, com cerca de 160 mil toneladas/ano, e a Baía de Guanabara, com a média de  216 mil toneladas/ano.

Além disso, a do Rio da Prata, que chega ao mar entre o Uruguai e a Argentina, mas que carrega plástico brasileiro, pode contribuir com mais de 1 milhão de toneladas do material por ano.

O objetivo do Blue Keepers é, através desses dados, mobilizar recursos e engajar empresas, governos e a sociedade pelo combate à poluição crônica do oceano por resíduos sólidos, especificamente plásticos, por meio de ações preventivas e corretivas, em concordância com o ODS 14 (Vida na água) e a Agenda 2030.

Além desse estudo, no Dia Mundial do Oceano (08 de junho) será lançado o Webmapa: uma ferramenta online e de acesso público, que mapeia e mostra detalhes sobre os pontos críticos que têm potenciais de escape de resíduos plásticos por todo o Brasil.

“O oceano é fundamental para toda a dinâmica global, da regulação do clima, passando pela segurança alimentar e pelas transações econômicas. Não à toa, sua poluição preocupa o mundo todo e assume posição de destaque em um processo dessa magnitude, de construção de um Tratado Internacional de combate à poluição por plásticos. E o webmapa do Blue Keepers busca dar acessibilidade e transparência desse tipo de dados para políticas públicas nacionais e potenciais acordos regionais para prevenção e circularidade de materiais”

Gabriela Otero, coordenadora do Blue Keepers para a Exame.

E, se você ainda não entendeu o impacto dos descartes de plástico no oceano para toda a biodiversidade, incluindo nós mesmos, um estudo recente realizado na Holanda mostrou que foram encontrados microplásticos na corrente sanguínea humana. 

É isso mesmo! Na nossa corrente sanguínea. Foram coletadas 22 amostras de sangue de doadores anônimos, saudáveis, e a presença do microplástico foi detectada em 17 amostras: 80% dos participantes.

Esses plásticos geralmente chegam ao nosso organismo pela inalação do ar e da água que bebemos, por conta da poluição do plástico no meio ambiente, além do consumo de alimentos industriais embalados e de carnes de animais contaminados.

Os impactos dos plásticos nos oceanos

Para além dos dados mostrados aqui, os plásticos nos oceanos representam uma série de riscos para os ecossistemas marinhos, a vida marinha e até mesmo para os seres humanos.

Confira agora alguns dos principais riscos associados aos plásticos nos oceanos:

Poluição da água: Os plásticos liberam substâncias tóxicas quando expostos à água, contaminando o meio ambiente marinho. Essas substâncias podem afetar negativamente a qualidade da água e ameaçar a vida marinha.

Impacto na vida marinha: Muitas espécies marinhas, como tartarugas, pássaros, peixes e mamíferos marinhos, confundem os plásticos com alimento e os ingerem. Isso pode levar à obstrução do trato digestivo, inanição, ferimentos internos e até mesmo à morte.

Emaranhamento: Redes de pesca abandonadas, conhecidas como “redes fantasmas”, e outros detritos plásticos podem se tornar armadilhas para animais marinhos. Eles podem ficar presos nas redes, anéis plásticos ou outros itens, e são um risco de vida constante aos bichos desse ambiente.

Liberação de microplásticos: Os plásticos no oceano se degradam em pedaços menores, conhecidos como microplásticos, que têm menos de 5 mm de tamanho. Estes microplásticos podem ser ingeridos por organismos marinhos e entrar na cadeia alimentar, potencialmente chegando até os seres humanos, conforme apontou o estudo Holandês.

Danos aos ecossistemas costeiros: A presença de plásticos nas praias e áreas costeiras pode prejudicar a beleza natural desses ecossistemas e afetar o turismo e a economia local. Além disso, os plásticos podem afetar a flora e a fauna dos habitats costeiros.

Prejuízos econômicos: A poluição por plásticos nos oceanos pode causar prejuízos econômicos significativos. Isso inclui os custos associados à limpeza das praias, danos à pesca e à aquicultura, perda de receitas turísticas e desvalorização das áreas costeiras.

Disseminação de espécies invasoras: Os plásticos que flutuam nos oceanos podem transportar organismos marinhos não nativos e servir como veículos para a dispersão de espécies invasoras em ecossistemas vulneráveis.

É importante combater a poluição por plásticos nos oceanos, adotando práticas sustentáveis e reduzindo o consumo de plástico a fim de minimizar esses riscos e proteger a saúde dos ecossistemas marinhos e da vida marinha.

Veja a seguir algumas dicas que separamos para que você comece hoje mesmo a salvar o planeta, dentro de casa. 

Como colaborar com a redução de plásticos nos oceanos

Agora que você já está por dentro de alguns dados e os perigos que envolvem a dispersão de plásticos nos oceanos, confira algumas práticas que separamos para que você comece hoje mesmo a colaborar com a redução desse material no meio ambiente. 

Recuse sacolas plásticas: Sempre leve sua própria sacola reutilizável ao fazer compras. Isso reduzirá o uso de sacolas plásticas descartáveis.

Evite garrafas plásticas: Opte por garrafas de água reutilizáveis feitas de materiais duráveis, como aço inoxidável, vidro ou plástico durável. Encha-as com água do seu filtro ou torneira, em vez de comprar garrafas de água descartáveis.

Leve seu próprio recipiente para viagem: Quando for a um restaurante ou lanchonete, leve seu próprio recipiente para embalar a comida que sobrar. Isso evita o uso de recipientes plásticos descartáveis.

Use produtos reutilizáveis: Substitua os produtos descartáveis por versões reutilizáveis. Por exemplo, use talheres de metal em vez de talheres plásticos descartáveis, utilize canudos de aço inoxidável ou bambu ao invés de canudos plásticos e opte por embalagens de lanche reutilizáveis em vez de sacos plásticos.

Compre a granel: Opte por comprar alimentos a granel, como grãos, nozes e cereais, ao invés de itens embalados individualmente. Use sacos reutilizáveis para armazenar esses alimentos.

Prefira produtos com embalagens sustentáveis: Ao fazer compras, escolha produtos que tenham embalagens sustentáveis, como papel, vidro ou materiais compostáveis.

Use produtos de higiene pessoal sustentáveis: Troque escovas de dentes de plástico por opções de bambu, utilize sabonetes sólidos em vez de sabonetes líquidos embalados em plástico e opte por produtos de higiene pessoal que utilizem embalagens recicláveis ou compostáveis.

Recicle corretamente: Certifique-se de separar corretamente seu lixo reciclável e descartá-lo nos locais apropriados. Verifique as diretrizes de reciclagem de sua região para saber quais materiais podem ser reciclados e, caso tenha coleta de lixo reciclável, fique por dentro dos dias e horários que o caminhão passa.

Escolha roupas sustentáveis: Prefira roupas feitas de materiais sustentáveis, como algodão orgânico, linho, cânhamo ou tecidos reciclados, em vez de tecidos sintéticos que liberam microplásticos durante a lavagem. Confira a linha de roupas sustentáveis Aramis, além de todas as iniciativas da marca. 

Participe de iniciativas locais: Engaje-se em iniciativas locais de limpeza de praias, rios e outros ambientes naturais. Contribuir para a limpeza e conscientização ajuda a reduzir a quantidade de plástico que acaba nos oceanos.

Na semana do Meio Ambiente e do Oceano, fica o nosso apelo para que você reduza o consumo de plásticos e colabore com a saúde do planeta. Grandes mudanças começam dentro de casa, por meio de iniciativas que só dependem de cada um de nós.

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