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Paternidade consciente: a importância de ser um pai presente

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Paternidade consciente: a importância de ser um pai presente

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Falar sobre paternidade consciente é um assunto delicado, um pouco difícil de tocar, mas que se faz necessário, principalmente nos tempos de hoje.

Segundo dados do Portal da Transparência da Arpen Brasil, desde 2018 há um aumento progressivo de mães solo e uma queda nos reconhecimentos de paternidade, atingindo recordes em 2022.

Nesses últimos dois anos, 6% dos recém-nascidos brasileiros foram registrados somente com o nome da mãe, o que equivale a mais de 320 mil crianças.

Esses números merecem ainda mais atenção ao observarmos que, nos últimos dois anos, tivemos a menor quantidade de nascimentos no país. Além disso, os reconhecimentos de paternidade caíram mais de 30%, quando comparados ao ano de 2019.

Para alguns pais de primeira viagem, a paternidade é transformadora e revolucionária, mas para outros, o medo e as incertezas tomam conta.

De um jeito ou de outro, a notícia da paternidade mobiliza as estruturas de alguma forma, afinal de contas, essa mudança envolve consequências e responsabilidades.

Nem todos estão preparados para esta conversa, mas ignorar os dados é ignorar o futuro que queremos deixar para as próximas gerações.

Por isso, é importante conversarmos sobre esse movimento para que juntos possamos pensar em soluções para construir relações mais sólidas com os nossos filhos, diminuindo os índices de abandono paterno e a exaustão materna.

Mas afinal, o que é paternidade consciente?

Apesar dos dados mostrarem o contrário, hoje em dia há uma grande parcela de homens dispostos a estabelecer conexões e diálogos pertinentes dentro de casa.

Muito diferente das gerações anteriores, alguns pais estão dispostos a conversar e se atualizarem mais para promover um novo modelo de paternidade.

A abertura para o diálogo faz com que esses homens se tornem mais próximos afetivamente de suas famílias, fazendo parte da rotina e falando sobre sentimentos e emoções com os filhos.

Essa nova forma de pensar e agir é chamada de paternidade consciente e traz um viés muito mais saudável e transformador que o modelo anterior.

Ao desenvolver essa habilidade, o pai se torna muito mais presente no dia-a-dia, passa mais tempo de qualidade com os filhos, compartilha o que sente e não tem medo de demonstrar o seu afeto, de ser mais vulnerável.

Nasce um pai, antes de nascer um filho

Ao se descobrir pai, claramente acontecem mudanças no cérebro do homem que vai acompanhar a gestação e, logo depois, conviver com os filhos. Por isso, é correto dizer que o “instinto paternal” começa quando o homem se vê na missão de cuidar dessa nova vida.

Por isso, é tão importante que o pai esteja integrado desde os primeiros momentos da gestação e, para isso, existem algumas clínicas que realizam um pré-natal específico para o pai com o objetivo de prepará-lo.

Mais importante que isso, é fundamental ser um companheiro ativo e compreensível desde os primeiros dias, até o final da gestação. Nesse momento tão delicado, onde acontecem várias alterações físicas e emocionais, ser o parceiro que sabe conversar, compreender e mediar os desafios que vão permear esse momento, faz com que a paternidade consciente comece desde os primeiros momentos.

Uma das coisas que mudaram assim que eu soube que seria pai, tem muito a ver com aquela reflexão de que os filhos são reflexos das nossas atitudes. Isso expandiu a minha consciência, me fez olhar para dentro e como lido com as situações, ao entender que eu me tornaria uma referência para eles.

Richard Stad, CEO Aramis e pai de três.

Estar presente desde o ínicio, além de contribuir com essa construção, vai determinar a impressão positiva que ficará marcada na história e fortalecer seus laços familiares desde cedo.

Ser um pai consciente ao longo dos anos

Fazer parte do dia a dia, dividir tarefas e estar atento a cada movimento, são apenas algumas das boas práticas que favorecem a relação pai e filho, na arte de construir uma presença paterna de amor e respeito.

Infelizmente, ao longo da história, fomos ensinados que gestos de amor e cuidado são uma responsabilidade materna, além de tarefas como o cuidado com a casa e muito mais. Além disso, era como se o homem tivesse que ser rígido, sério, forte, sem se permitir ser vulnerável, amoroso.

O bom é que, aos poucos, essas crenças estão caindo por terra e dividir tarefas, ser parceiro, saber ouvir, se conectar com a família, tem feito parte da rotina de pais que buscam suas melhores versões, todos os dias. Andar lado a lado, amplia o vínculo afetivo familiar em todos os sentidos.

Levanto às 6h, pratico esportes, depois volto para casa e tomo café em família. Levo meus filhos ao colégio, retorno para casa e curto um pouco mais com a minha filha. Logo após, vou trabalhar e volto só no fim do dia. À noite, janto com a minha família e coloco os meus filhos para dormir. Depois das crianças dormirem, eu e minha esposa aproveitamos para conversar, ficarmos juntos. Antes de dormir, pratico 20 minutos de meditação. Nos fins de semana, geralmente estamos todos juntos.

Richard Stad, CEO Aramis e pai de três.

Desde muito cedo, logo na primeira infância, é importante ter a consciência de que os cuidados compartilhados favorecem todas as partes, como dar banho, colocar para ninar, trocar fraldas, etc.

Na adolescência, o pai continua sendo parte da construção da identidade dos filhos. Nessa fase é importante ser o amigo que ouve, educa e pontua limites. Também são muito importantes os diálogos sobre sexualidade, drogas, entre outros assuntos que fazem parte dessa fase. 

Ao se tornarem adultos, a maioria dos filhos sai de casa e essa fase geralmente é dolorosa para ambos os lados. Por isso é que, desde cedo, as trocas, experiências e ensinamentos, são fundamentais para que eles possam alcançar a sua independência com caráter, dignidade e valores bem alinhados com o que o mundo precisa.

A importância de ser um pai presente

O papel da paternidade consciente é algo que deveria ser discutido desde cedo nas escolas e famílias, na busca por evitar relações disfuncionais.

Entendemos que não é fácil lidar com as mudanças internas e externas que acontecem na hora de exercer esse papel, mas é fundamental que a consciência mude o quanto antes, para que se estabeleçam relações mais prósperas e saudáveis entre pais e filhos.

Estudos comprovam que são inúmeros os traumas que uma criança pode passar e carregar até a vida adulta, quando há ausência ou abandono da figura paterna ao longo de sua história. Trilhar os passos de uma paternidade consciente é sobre ser um agente transformador ao ensinar e aprender com os filhos, para deixar um legado melhor para o mundo.

Eu acredito que muito mais do que deixar um mundo melhor para os nossos filhos, devemos deixar filhos melhores para o mundo, porque é essa geração que vai continuar transformando o mundo. Então, a presença paterna é primordial, porque isso cria toda a base sócio emocional da criança, se levarmos em consideração que até os 7 anos de idade, são formados 80% dos valores e do caráter de uma pessoa.

Richard Stad, CEO Aramis e pai de três.

É interessante estar em constante evolução e aprendizado, se reinventar todos os dias para aprimorar a relação consigo mesmo, com os filhos e, consequentemente, com a sociedade. 

Busque se atualizar através de livros, artigos, assistir a documentários, procurar ajuda terapêutica, entre outras ferramentas que são fontes de informação para esse progresso. Não tenha medo ou vergonha de se informar.

Imagine o universo de possibilidades que você pode descobrir ao se tornar uma melhor versão de si mesmo, além de se tornar uma referência para os seus filhos e família. Paternidade consciente é sobre se auto descobrir, colaborar, compartilhar e se permitir. 

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